Vale decide parar produção de usinas em Tubarão e em São Luiz, no Maranhão

A crise econômica mundial começa a alterar, também, o funcionamento das mineradoras e a produção de pelotas

Depois de provocar o fechamento de altos-fornos em siderúrgicas de vários países, a crise econômica mundial começa a alterar, também, o funcionamento das mineradoras e a produção de pelotas.

A Vale, uma das maiores do mundo no setor, informou nesta quinta-feira que vai interromper, temporariamente, as operações das usinas de pelotização I e II, em Tubarão, a partir de 13 de novembro, e de São Luís (MA), a partir da próxima segunda-feira.

A empresa decidiu direcionar parcela adicional da produção das suas minas para a ampliação da oferta de minério de ferro chamado “sinter feed”. Com isso, reduzirá a oferta de pellet feed para a industrialização sob a forma de pelotas.

A estratégia, conforme nota da empresa, foi adotada em resposta à evolução da composição da demanda por matérias-primas da indústria do aço ao longo do ciclo, “em que se evidencia retração do consumo de pelotas em favor de maior utilização de sinter feed”.

As plantas que terão a operação interrompida foram responsáveis pela produção de 4,926 milhões de toneladas de pelotas no primeiro semestre de 2012, o que representou 18,3% do total produzido pela Vale.

A direção da companhia garante que os trabalhadores envolvidos nas três plantas não serão demitidas, mas realocados para outras atividades operacionais da mineradora.

A Vale ressalta que a medida é consequência de uma avaliação da relação custo-benefício pretende preservar o mercado de minério de ferro, aumentando sua disponibilidade no mercado. Com isso, a empresa espera maior adequação na qualidade e também aumento nas vendas do produto.

Fornecedores: “Contrato será mantido”

Os empresários do setor metalmecânico no Estado, grande prestador de serviços para a Vale, acredita que a paralisação de algumas das plantas pelotizadoras da empresa não deverá afetar o setor. “Pelo menos no Espírito Santo, os contratos estão sendo mantidos e esperamos passar por este momento sem maiores problemas”, ressaltou Luiz Alberto Souza Carvalho, vice-presidente do Sindifer, entidade que reúne as empresas metalmecânicas.

“É verdade que a Europa está comprando menos pelotas e, portanto, a Vale e a Samarco estão optando por vender mais minério sob outras formas. Mas não representa interrupção nos negócios”, avalia o executivo.

Em relação às empresas terceirizadas, a Vale informa que “vai fazer uma análise individual de cada contrato. É importante salientar que os contratos atendem à operação de todas as usinas de Tubarão”.

Fonte : Site Gazeta Online