Sindicatos estão prontos para a briga
Trabalhadores, por ora, só acompanham de perto impasse entre varejo e operadoras
Empresas e sindicatos em compasso de espera. Tanto patrões como trabalhadores apenas acompanham, de perto, as negociações entre as operadoras de cartão e o varejo. Medidas, caso sejam necessárias, só serão tomadas quando as negociações terminarem.
Da parte dos sindicatos, a preocupação está em perder um dos mais importantes benefícios concedidos ao trabalhador. “Mexer nisso é como mexer num vespeiro. Trata-se de um benefício de extrema importância. Por isso vamos acompanhar de muito perto o desenrolar dessas história”, afirma o presidente do Sindicato dos Ferroviários, João Batista Cavaglieri.
Em contato feito com o a área de Recursos Humanos da Vale na tarde de ontem, Cavaglieri disse ter recebido a garantia de que os funcionários não sairão prejudicados. “Me garantiram que não haverá prejuízo”.
Bancários
Goretti Barone, diretora do Sindicato dos Bancários, disse que vai levar a questão ao Congresso dos Bancários do Banco do Brasil, que acontece neste final de semana em São Paulo.
“Vamos colocar na pauta desse encontro nacional. O que sei é que trata-se de um benefício que está no acordo coletivo e que não pode ser extinto, não importa quem é o prestador do serviço. Fomos pegos de surpresa, vamos aproveitar o congresso para discutir melhor o assunto”, afirmou.
Vale, Fibria e Banco do Brasil, que juntas fornecem mais de 11 mil benefícios no Espírito Santo, informaram por meio de suas assessorias de imprensa que aguardam o desenrolar das negociações.
Procon avisa que não vai se meter no conflito
Quando decidiu apoiar os supermercados a não aceitarem mais o Visa Vale, a Acaps resolveu avisar ao Procon Estadual e ao Ministério Público sobre o descredenciamento.
A diretora jurídica do Procon Estadual, Denize Izaíta, explicou que apesar dos prejuízos ao consumidor, o instituto não tem legitimidade para entrar nessa briga.
Segundo ela, o impasse é entre empresários, não envolve relações de consumo. “O prejuízo é grande, mas a decisão dos supermercados não é ilegal. Vejo essa movimentação como uma atitude punitiva. Os supermercados encontraram uma forma de mexer com as operadoras. Mas cabe, agora, à sociedade o dever de reagir, por meio de sindicatos, para pressionar a aceitação dos vales-alimentação”.
Em reunião há alguns meses no Procon, as empresas informaram que os maiores índices praticados pelas operadoras de cartão-alimentação era de 8%. Grandes redes conseguiam galgar taxas de 1%.
Banestik
Responsável por atender a mais de 30 mil trabalhadores, segundo dados do MTE, o Banestik, não corre risco de ser descredenciado. O Banestes, operador desse tipo de cartão disse que o faturamento do serviço está em crescimento, justamente devido ao poder de negociação que o banco tem junto às empresas. O diretor comercial do Banestes, José Antônio Bof Buffon, destaca que o Banestik tem excelente capilaridade, sendo aceito em todo o Espírito Santo.
Fonte : Site Gazeta Online