Quase 1,3 milhões de capixabas são considerados parte da nova classe média
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que quase 1,3 milhão de capixabas estão enquadrados na definição de nova classe média, adotada pelo Governo Federal na última terça-feira (29). A comissão de especialistas formada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República definiu que a nova classe média é integrada pelos indivíduos que vivem em famílias com renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019.
A tabela retirada do Censo 2010 mostra que a maioria das pessoas que possui a renda definida estão na faixa etária entre 20 e 44 anos. A quantidade de homens e mulheres chega a ser bem próxima com as pessoas do sexo masculino representando 22,83% do total e as do feminino 20,27%. Em relação aos domicílios, os dados do Censo mostram que em quase 600 mil casas as pessoas entrevistadas declararam possuir um rendimento nominal entre R$ 255,00 e R$ 1.020,00.
Quem tiver renda per capita nesse intervalo será considerada classe média, disse Ricardo Paes de Barros, secretário de Ações Estratégicas da SAE, na noite de hoje (29), em São Paulo. Segundo ele, a definição de classe média foi finalizada após análises de propostas com mais de 30 alternativas, feitas em quatro reuniões da equipe técnica da secretaria e mais duas da equipe de avaliação.
Dentro dessa definição, a comissão dividiu a classe média em três grupos: a baixa classe média, composta por pessoas com renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 441, a média classe média, com renda compreendida entre R$ 441 e R$ 641 e a alta classe média, com renda superior a R$ 641 e inferior a R$ 1.019.
Isso é um ativo para a sociedade brasileira. A classe média do país representa mais da metade da população. Tendo uma definição padrão, que seja aceita por todo mundo, isso vai facilitar muito toda a discussão sobre o que pensa, o que quer, o que espera, o que faz e qual o padrão de consumo dessa nova classe média, disse Barros.
Segundo a comissão, para chegar a essa definição a secretaria levou em consideração o padrão de despesa das famílias e os gastos com bens essenciais e supérfluos. Também foi usado como critério o grau de vulnerabilidade, ou seja, da probabilidade de retorno à condição de pobreza.
Após a definição, a comissão estuda agora aplicar políticas públicas voltadas para essa classe média. A ideia é fazer com que se diminua a rotatividade de emprego entre os trabalhadores formais, aumentando a capacitação profissional. Queremos estimular relações de trabalho de mais longa duração, explicou.
Segundo Barros, além da qualificação dos trabalhadores, o governo também estuda promover políticas públicas que estimulem, por exemplo, a poupança. Já estamos trabalhando em políticas de qualificação continuada para trabalhadores ocupados, expansão das possibilidades de microsseguros, educação financeira e outras políticas voltadas para os diferentes segmentos da classe média, disse.
De acordo com o ministro da SAE, Moreira Franco, a próxima etapa do trabalho da comissão será a de criar ferramentas que possam interagir e estimular o debate e a reflexão sobre essa definição. Uma das primeiras ferramentas será a criação de uma pesquisa chamada Vozes da Classe Média, que pretende fazer um levantamento sobre as aspirações e o comportamento das pessoas que fazem parte desse grupo social.
Fonte : Site Filha Vitória