Estado quer autonomia para cuidar dos portos
Preocupado com os gargalos de logística que se arrastam há décadas, travam o desenvolvimento e reduzem a competitividade da economia local, o governador Renato Casagrande quer uma participação mais efetiva e direta do governo estadual na atividade portuária. Ele vai pedir à presidente Dilma Rousseff que delegue ao Estado autonomia para a gestão de áreas no litoral capixaba para a instalação de portos públicos.
“Não podemos continuar perdendo competitividade na área portuária enquanto ficamos esperamos solução por parte do governo federal”, alerta. A alternativa seria, então, identificar áreas que tenham vocação para a atividade portuária e pedir que a União transfira ao Estado a autonomia para a gerir as áreas e coordenar as articulações para a instalação de projetos.
Ele não revelou quais são as áreas de interesse do Estado, sob a alegação de que os estudos ainda não foram concluídos. Sinalizou, entretanto, que os olhos do governo estão voltados para áreas em Vila Velha e no litoral Sul do Estado. “Nossa ideia é estruturar um arranjo institucional para a atividade portuária para termos um porto público gerido pelo Estado”, explica.
Competição
O Espírito Santo, lembra o governador, está deixando de movimentar um grande volume de cargas pelo fato de não ter um grande porto para carga geral e contêiner. As obras previstas para o Porto de Vitória (aprofundamento do canal de navegação e ampliação do cais) não resolverão o principal gargalo, que é a pouca profundidade.
As obras, argumenta, darão uma sobrevida ao Porto de Vitória, que não terá capacidade para receber embarcações de grande porte, que é uma tendência do transporte marítimo no mundo. “O Estado não pode mais deixar de tomar iniciativa, não pode mais depender do governo federal para projetos na área portuária”, destaca o governador.
Se o pedido do governador for atendido, o passo seguinte será a discussão de parcerias com o setor privado para a busca dos recursos necessários à implantação do porto público para a movimentação de contêineres e carga geral e que tenha capacidade para receber as grandes embarcações.
Na última terça-feira o governador conheceu o projeto do porto de águas profundas elaborado pela Associação dos Empresários de Vila Velha (Asevila). O estudo aponta a região entre Interlagos e a Ponta da Fruta, no litoral de Vila Velha, como área potencial para a instalação do superporto. O governador, segundo o coordenador da Asevila, Anderson Carvalho, gostou do projeto.
“Estado vai precisar de dois aeroportos”
Além da questão portuária, outro gargalo na área de infraestrutura é motivo de preocupação permanente para o governador: o aeroporto da Capital. Ele disse que vai atuar fortemente para a retomada das obras – que estão paralisadas desde 2008 – num projeto de curto prazo e, ao mesmo tempo planejar ações de médio e longo prazo.
“Quando o projeto de ampliação do Aeroporto Eurico Salles estiver concluído teremos que planejar a construção de outro aeroporto, porque no futuro a Grande Vitória precisará de mais um terminal aeroviário”, destacou. Os que planejam o futuro do Estado precisam pensam em um novo sítio aeroportuário para as próximas décadas.
As regiões metropolitanas de outros Estados, lembra, dispõem de dois ou mais aeroportos e a Grande Vitória precisa acompanhar essa tendência. O local ainda não está definido, vai depender dos estudos que serão realizados futuramente. Mesmo admitindo que a Grande Vitória precisa de mais um aeroporto, Casagrande garantiu que só vai discutir o novo projeto depois que as obras do aeroporto da Capital estiverem concluídas.
Enquanto isso, o Estado vai trabalhar para a melhoria dos aeroportos regionais que já estão construídos. O primeiro da lista é o de Linhares, que já tem aprovado o projeto de ampliação. Os aeroportos dos demais municípios também serão melhorados, mas antes é preciso viabilizar recursos do governo federal. Os projetos de melhoria desses aeroportos estão sendo elaborados.
Guarapari sai do mapa da Região Metropolitana
Haverá outras mudanças nas microrregiões para adequar as ações do planejamento
O mapa das microrregiões do Espírito Santo vai mudar. No próximo mês, o governador Renato Casagrande encaminhará projeto de lei à Assembléia Legislativa propondo as alterações. As mudanças serão definidas de acordo com as vocações potenciais dos municípios.
Uma das alterações será a saída de Guarapari da Região Metropolitana para a Metrópole Expandida Sul. Jerônimo Monteiro sairá do Polo Cachoeiro e passará a integrar a microrregião do Caparaó. Ecoporanga sairá da microrregião Noroeste 1 e integrará a Extremo Norte.
As mudanças, segundo Casagrande, serão necessárias para a adequação do planejamento das ações de governo. As microrregiões, explica, serão a base para a atração de novos empreendimentos de acordo com as vocações regionais. Serão também a base para os investimentos do setor público nas áreas de saúde, segurança e educação.
Fonte : Site Sindiex