Espírito Santo vai receber os maiores navios mineraleiros do mundo

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Redação Folha Vitória

Os navios tipo Very Large Ore Carrier (VLOC), com capacidade de transportar 400 mil toneladas de minério, fazem parte da solução logística da Vale para ligar os terminais marítimos da empresa no Brasil a seus clientes asiáticos e europeus. O objetivo é maximizar a eficiência das operações, reduzir o custo de transporte transoceânico de minério de ferro para as siderúrgicas, assim como contribuir para a redução das emissões de carbono por tonelada de minério transportada.

No mês de janeiro, o Porto de Tubarão recebeu o navio VLOC Vale do Rio de Janeiro, que marcou a primeira etapa de um projeto da Vale no Espírito Santo para receber os maiores navios mineraleiros do mundo.

Adaptação

A adaptação dos portos para receber os supercargueiros é um aspecto eminentemente técnico, que requer estudos de engenharia detalhados e muitas vezes investimentos adicionais em treinamento dos operadores, reforço dos berços de atracação e dragagem.

As manobras com navios de 400 mil toneladas em Tubarão vêm sendo estudadas pela Vale desde 2008, com apoio técnico da Capitania dos Portos do Espírito Santo. Um simulador foi usado para estudar o comportamento do navio durante as manobras. Assim, foi possível analisar e conhecer as condições de navegação, garantindo a segurança de toda a operação.

Para preparar o Porto de Tubarão para receber navios de grande porte, a Vale precisou investir R$ 240 milhões em um projeto de dragagem e derrocagem que começou em 2009 e deve terminar no final deste semestre.

Além de Tubarão, no Espírito Santo, vários outros portos na Ásia estão sendo preparados para receber esses navios. Este mês, a Vale iniciará a operação de sua Estação de Transferência de Minério em Subic Bay, nas Filipinas, e em 2014 está previsto o início da operação do porto e centro de distribuição na Malásia. A utilização da frota de 35 navios em construção até o final de 2013 está plenamente assegurada com as soluções já implantadas ou em fase de implantação.

Atualmente, os supercargueiros da Vale podem aportar sem problemas na sua capacidade máxima nos portos de Ponta de Madeira, em São Luís; Sohar, em Omã; Taranto, na Itália e Roterdã, na Holanda.

O Diretor Executivo de Estratégia da Vale, José Carlos Martins, explica que para competir com países mais próximos da Ásia geograficamente, o Brasil precisa baratear o frete para tornar o preço do nosso minério mais competitivo.

Em cada um dos sete porões do Vale Rio de Janeiro cabem cerca de 57 mil toneladas de minério, o equivalente à capacidade de armazenamento de um navio Panamax
(mineraleiro de médio porte).

“Uma viagem desses navios de grande porte equivale a sete navios menores, por isso o transporte por esses navios barateia em 20% o preço do frete”, afirmou Martins.

Segundo ele, o transporte de minério por esses grandes navios também contribui para a diminuição da emissão de gases que causam o efeito estufa.

“Os navios maiores permitem uma redução de 35% na emissão de carbono. A atividade de navios é responsável por 4% das emissões e deve enfrentar várias restrições num futuro próximo”, ressaltou.

Vale do Rio de Janeiro

O navio Vale do Rio de Janeiro fez sua terceira viagem e foi a primeira vez que um navio desse porte esteve em um porto capixaba. Antes daqui ele que já atracou nos portos de Ponta da Madeira, no Maranhão; Taranto, na Itália, e Roterdã, na Holanda. Depois de Tubarão seu destino foi o Porto de Sohar, em Omã.

O navio Vale Rio de Janeiro, encomendado pela Vale ao estaleiro coreano Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, tem 362 metros de comprimento e 65 metros de largura. Ele faz parte de uma encomenda de 35 navios, entre próprios e contratados, feita a estaleiros da China e da Coreia, que serão entregues até 2013, com operação exclusiva para a empresa.

Novo super graneleiro vai se chamar Vale Espírito Santo

O próximo supermineraleiro da Vale vai se chamar Vale Espírito Santo e vai realizar sua primeira atracação no Porto de Tubarão, de acordo com o governador Rena-
to Casagrande.

“O nome do Espírito Santo já é conhecido mundialmente na área de logística e um navio com o nosso nome vai representar o Estado lá fora”, afirmou o governador, adiantando que o Estado tem expectativa de novos investimentos.

Os próximos 18 navios de grande porte que chegarão ao Estado fazem parte de uma encomenda maior de 35 embarcações feita pela Vale a estaleiros na China e na
Coreia.

Fonte : Site Folha Vitória