Espírito Santo é “ente desenganado da Federação”

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Redação Folha Vitória

Uma reportagem publicada no site de notícias Congresso em Foco nesta quinta-feira (15) destacou a dificuldade do Espírito Santo em conseguir manter os incentivos do Fundo das Atividades Portuárias (Fundap), ameaçados por um projeto que tramita no Senado Federal. A matéria traz ainda uma entrevista com o governador Renato Casagrande (PSB), que tem sido um dos principais articuladores contra a medida.

A publicação lembra a carreira meteórica política do chefe do Executivo capixaba, que em 20 anos passou pela Câmara dos Deputados e se tornou o dono da principal cadeira do Palácio Anchieta recebendo mais de 82% dos votos na última eleição.

A possibilidade ver as receitas do Estado ameaçadas com o fim do Fundap, no entanto, é o que será o grande desafio do socialista no seu mandato. Caso aprovado, como é o mais provável, o projeto, apoiado pelo governo federal, pelas grandes entidades industriais e pelos estados mais ricos da federação, obriga os governos estaduais a uniformizarem em 4% a alíquota do ICMS cobrado dos produtos importados.

A matéria revela que em matéria de impacto econômico e social, nenhum estado amargará tantas perdas quanto o Espírito Santo. Com a resolução, os capixabas ficam sem o Fundap, em operação há mais de 40 anos e que injetou somente no ano passado R$ 2,4 bilhões na economia do Estado: R$ 600 milhões para os municípios, R$ 425 milhões para o governo estadual e o restante para financiamento de empreendimentos privados.

“Nós perderemos 60% da nossa receita dos municípios e do estado e vamos perder atividade econômica. Vamos perder empregos. Porque as empresas que operam por aqui geram empregos. Esse é o mecanismo que incentiva o nosso desenvolvimento. O que queremos do governo federal? Nós queremos que haja uma transição”, disse Casagrande ao Congresso em Foco.

Em favor da resolução mobilizam-se instituições como Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e CUT. Argumentam que os incentivos fragilizam a indústria nacional na competição com os importados e “exportam” dinheiro e empregos que poderiam estar movimentando a economia brasileira.

Renato Casagrande diz que são o câmbio, a conjuntura econômica e o custo Brasil – conjunto de problemas legais, de logística e infraestrutura que encarecem a produção made in Brazil – que de fato incentivam as importações no Brasil”, afirma um trecho da reportagem.

“Uma parte desses produtos, importados pelo Espírito Santo, vai para São Paulo. Então, não vai compensar mais para essas empresas operarem pelo Espírito Santo. Vai concentrar a atividade econômica ainda mais no estado de São Paulo”.

Fonte : Site Folha Vitória