Economia Capixaba

Redução na conta de luz da indústria

Sem encargos, a conta de energia paga pelas indústrias cairá até 20%, diz a CNI. É pouco. Para maior eficácia na competitividade, é necessário redução de 35%, segundo estudo da Firjan, apoiado por empresários capixabas. A energia elétrica no Brasil é 53% mais cara do que a média mundial, “o que não faz sentido pois geração aqui é muito barata”, diz Neviton Gasparini, presidente do Conselho de Consumidores da Escelsa.

Ranking

A queda de até 20% na conta de energia industrial não tiraria o país de posição próxima à lanterna no ranking de competitividade de custos, diz estudo da Firjan. Por aí se vê o tamanho do buraco em que está metido.

R$ 136,5 milhões

As operações de crédito do Bandes atingiram R$ 135,6 milhões no primeiro semestre, valor 52% superior ao registrado no mesmo período de 2011. Demonstra que, pelo menos em se tratando de pequenos empreendimentos, a demanda por recursos está aquecida.

Peso

A energia elétrica é um dos principais componentes do anticompetitivo custo-Brasil. Para o setor de metalurgia, por exemplo, o insumo responde por cerca 13% das despesas; na área têxtil, 7%, segundo avaliação das empresas.

Encargos

O caminho para diminuir a conta de luz é a desoneração dos encargos, que são muitos: 12. Sim, 12. Um absurdo. Representam 0,4% do PIB do país.

Contas

O declínio da receita tributária (da União, dos Estados e dos municípios) é o obstáculo para a desoneração da conta de energia. O Palácio do Planalto já fala até em “fatiar” medidas de incentivos ao crescimento, para amortecer o impacto nas finanças.

Burocracia

Com menos gastos em burocracia, o problema seria menor.

“O governo demonstra querer reduzir o custo da energia. Mas é pouco para o preço, um dos maiores do mundo”.
Elias Cucco Dias, vice-presidente do Sindiquímicos

Preço

Só para lembrar: o ICMS, de competência estadual, é uma das maiores variáveis na composição do preço da energia. O que os Estados ganharão do governo federal para abrir mão de parte dessa receita, a mais importante para os seus cofres?

Receita

No caso do Espírito Santo, a questão do ICMS da energia é mais delicada do que para outros Estados. A economia capixaba é mais atingida com a unificação da alíquota do ICMS sobre operações interestaduais com produtos importados. Esse foi o veneno letal aplicado ao Fundap.

Silêncio

É intrigante o silêncio sobre as “compensações” prometidas pelo governo federal pelo esvaziamento do Fundap.

Valor

Mesmo com o Fundap ainda operando com a fórmula original, sua receita emagrece com a queda no valor das importações nos portos capixabas. Recuo de 9,7% no primeiro semestre, segundo a Secex.

Dólar

As exportações do Espírito Santo também caíram (11,2%)no semestre. O câmbio mais favorável não evitou a redução no valor embarcado, mas, em contrapartida, tem ajudado as empresas a recompor a margem de lucro nas vendas. A desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar é de quase 19% desde fevereiro.

As vendas do varejo avançam 11,3% em julho, segundo a Serasa Experian. Prenúncio de aquecimento?

Fonte : Site Gazeta Online