Crise econômica: 2011 não deixa saudades

2011 ficará marcado nos almanaques econômicos como um ano de muito mais baixos do que altos. Cambaleante desde a crise norte-americana de 2008, a Europa foi o epicentro dos problemas vividos neste ano que se encerra no próximo sábado. Sem um caminho bem pavimentado que leve à solução dos problemas envolvendo as dívidas dos países pertencentes à União Europeia, o continente viveu um 2011 conturbado e que não deixará saudades.

Ao mesmo tempo que os países da zona do euro precisam efetivar importantes cortes nos gastos públicos para contornarem a crise da dívida, a Europa briga para não ver seu Produto Interno Bruto (PIB) encolher e para não ficar anos amargando crescimentos pífios. Essa equação de difícil solução já provocou manifestações raivosas por parte da população, que viu o desemprego subir bastante e várias mordomias serem extintas por conta dos cortes nos gastos públicos, e derrubou diversos governos, entre eles o do italiano Silvio Berlusconi.

Para 2012, o grande desafio da Europa será manter o continente unido em volta do euro e da manutenção do bloco, o que não vai ser fácil. Na primeira semana de dezembro, os líderes europeus anunciaram que chegaram a um acordo para reforçar as regras fiscais. Mas, ao contrário do que especialistas esperavam, não houve adesão dos 27 estados-membros da União Europeia. Apenas 23 confirmaram a intenção de participar da união fiscal. O Reino Unido se negou a revisar o tratado da União Europeia.

Mas não é só a Europa que capengou em 2011. Além de crescerem a passos de tartaruga desde a eclosão da crise de 2008, os Estados Unidos, entre junho e agosto, se voltaram para o debate (embate também caberia) entre congressistas e o presidente Barack Obama sobre a elevação do teto da dívida pública do país. Caso não tivesse havido um acordo, a maior economia do mundo, pela primeira vez na história, não honraria seus pagamentos. Um calote norte-americano já seria desastroso num mundo sem crise, numa economia patinando, seria uma hecatombe.

O prazo máximo para que os EUA conseguissem honrar seus compromissos vencia na madrugada do dia 2 de agosto. O acordo, permitindo elevar o teto da dívida pública norte-americana em pelo menos US$ 2,1 trilhões, saiu na véspera. Ele previu, ainda, cortes de cerca de US$ 3 trilhões.
Emergentes
Nos emergentes, caso de China e Brasil, a preocupação foi de não deixar a crise do mundo desenvolvido afetar suas economias. A China reviu para baixo seu índice, mas deve fechar o ano acima de invejáveis 9%. Já o Brasil, depois de crescer 7,5% em 2010 e pagar por isso, com inflação acima da meta, em 2011, deverá voltar aos tradicionais e indesejados 3,5% de expansão neste ano.

O Japão, que já vem economicamente mal há alguns anos, sofreu um forte baque em março, com um terremoto seguido de um tsunami que matou mais de 20 mil pessoas. Preocupados em se organizarem internamente, os japoneses, com sua farta poupança interna, pouco puderam ajudar na solução da crise mundial.

Fonte : Site Sindiex