Complexo portuário do ES é o maior da América Latina
Folha Vitória
Redação Folha Vitória
Com um total de sete portos espalhados pelos 417 quilômetros de litoral, o complexo portuário do Espírito Santo é o maior da América Latina em quantidade de portos. Mas para os especialistas, se a infraestrutura logística do Espírito Santo fosse melhor, o Estado ficaria em vantagem com relação a outros portos do país e seria mais competitivo.
Problemas como rodovias sem conservação e ampliação, porto público sem estrutura para receber embarcações de grande porte, falta de retroáreas para atendimento às empresas que operam com cargas, aeroporto que há anos opera acima de sua capacidade e necessidade urgente de uma adequação do sistema ferroviário criam gargalos que atrasam o desenvolvimento do Estado, tema já discutido pelo Guia de Comércio Exterior e Logística.
Segundo o presidente da Associação dos Terminais Portuários do Espírito Santo (Atres), Anderson da Silva de Carvalho, o Estado estaria mais bem preparado para enfrentar algumas barreiras, como o fim do Fundap, por exemplo, caso as condições de logística capixabas fossem melhores.
Estaríamos mais preparados para enfrentar mudanças econômicas, como a possível extinção do Fundap, por exemplo, oferecendo uma estrutura portuária com diferencial em eficiência operacional, com menor custo. Ou seja, seríamos competitivos em oferta de soluções logística portuária, destaca.
Isso, explica Carvalho, porque o Espírito Santo é estratégico do ponto de vista geográfico, próximo aos principais centros consumidores e produtores, tanto da região Sudeste, como da região Centro Oeste.
Ter uma estrutura portuária adequada e integrada, comparada aos grandes portos do mundo, faria com que o Espírito Santo se colocasse na rota das principais linhas marítimas mundiais, atraindo oportunidades que hoje são exploradas por outros portos, cuja infraestrutura não é tão diferente do Estado. Mas alguns pontos são o grande diferencial, como restrição de acesso marítimo e custo, explica.
Além de integrarem o maior complexo portuário da América Latina, os portos capixabas estão em primeiro lugar em movimentação de cargas, em peso e tonelagem. No quesito movimentação financeira de mercadorias, o complexo portuário capixaba só perde para os terminais de Santos, em São Paulo. Na segunda posição, o Estado foi responsável por movimentar 28% das mercadorias que chegaram ao Brasil via portos em 2011, de acordo com a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).
Os portos do Estado movimentam principalmente cargas pesadas, como pedras brutas, ferro gusa e granito, enquanto os terminais de Santos trabalham muito com contêineres, transportando eletroeletrônicos e outros produtos menores, porém de valores e tributação mais elevados.
O superintendente do Porto de Vitória, Eduardo Prata, também destaca a localização estratégica do Estado, que, segundo ele, tem a seu favor diversas vantagens que sustentam o diferencial capixaba no âmbito portuário e a expectativa de mais crescimento do setor. E vai além: Se tivéssemos mais condições de logística, o Porto de Vitória seria imbatível, enfatiza .
Outra vantagem é a acessibilidade das malhas rodoviária e ferroviária, que funcionam como suportes logísticos aos portos, principalmente para a distribuição de mercadorias.
Crescimento
Apesar das dificuldades, os especialistas acreditam que o Espírito Santo vai continuar crescendo, assim como o Brasil. O crescimento econômico do Brasil é evidente e tem alavancado grandes oportunidades, que estão sendo atraídas por quem está melhor preparado. O Estado e municípios têm cumprido importante papel na busca de novas empresas e indústrias, como também na manutenção dos incentivos que funcionam como atrativo de negócios, mas temos que pensar no longo prazo, que só pode ser sustentado por eficiência logística, ressalta Anderson de Carvalho.
Ele afirma que ter projetos de crescimento portuário é importante, mas otimizar e melhorar o que temos hoje é mais ainda. Precisamos valorizar nossa vocação portuária e mostrar para o mercado que o Espírito Santo está atuando para absorver esse possível crescimento.
Portos do ES
Porto de Tubarão
Localizado em Vitória, o terminal é administrado pela empresa Vale do Rio Doce, sendo o maior exportador de minério e pelotas do mundo. O porto também movimenta combustível e grãos. Tem profundidade de 22,5 metros.
Porto de Praia Mole
Também localizado em Vitória, tem como foco a exportação de minério, sendo responsável por 50% das exportações brasileiras do produto. É composto pelo terminal de produtos siderúrgicos (TPS), operado pelo consórcio Arcelor Mittal Tubarão, Uniminas e Açominas. Tem profundidade 18 metros.
Porto de Ubu
Localizado na região Sul, no município de Anchieta, o porto é operado pela Samarco. Foi instalado para movimentação de pelotas de minério de ferro. É utilizado
para receber demandas do consumo da empresa. Tem profundidade de 18 metros.
Porto de Vitória
Tem profundidade de 12,5 metros e é administrado pela Codesa. Movimenta cargas gerais. Conta com vários terminais tanto em Vila Velha como em Vitória, como o Cais de Vitória, a Companhia Portuária Vila Velha (CPVV), Terminal Vila Velha (TVV), Capuaba, Peiú, Paul/Codesa e Flexibrás.
Porto de Regência
Esse porto é localizado em Linhares, no Norte do Estado. É de uso privativo da Petrobras. Conta com calado máximo de 13 metros e opera com movimentação de granéis líquidos.
Porto Norte Capixaba
É o porto mais recente do Estado e tem a mesma função do Porto de Regência. Fica em São Mateus e é administrado pela Petrobras.
Porto de Barra do Riacho
Também conhecido como Portocel, tem capacidade anual de 7,5 toneladas. É o maior porto brasileiro especializado em movimentação de celulose, respondendo por 70%
das exportações do País. Fica em Aracruz.
Fonte : Site Folha Vitória