Aprenda a ganhar com os juros mais baixos

Confira 10 dicas para aproveitar melhor a redução dos juros, como empréstimo e parcelamento

Todo mundo já ouviu falar sobre a redução da taxa básica de juros, que chegou a 8% ao ano. Mas, de que forma isso afeta nossas vidas? Para os consumidores, é o momento de aproveitar. Como a Selic serve de base para a fixação de todos os juros de crediários, empréstimos e financiamentos, o consumidor pode se dar bem com isso.

O momento é favorável, por exemplo, para quem possui uma dívida e conta com uma grana na poupança. Com a mudança nas regras desse tipo de investimento – que passou a render menos a partir do dia 4 de maio -, vale a pena sacar o dinheiro para quitar uma dívida à vista e, de quebra, ganhar um desconto. “Se você tem contas a pagar, não é aconselhável deixar dinheiro guardado na poupança”, alerta o economista e professor da Fucape, Bruno Funchal.

Ainda de acordo com o economista, para quem precisar de empréstimo, o consignado é uma boa saída. No entanto, fazer pesquisa é necessário. “O consumidor deve pesquisar para saber onde encontrar a melhor taxa de juros”.

A comerciante Elma Alves dos Santos, 50 anos, recorre ao banco onde possui conta quando precisa de um empréstimo. “Prefiro fazer dessa forma, pois, para mim, é mais fácil. Mas, se precisasse buscar em uma financeira, por exemplo, faria pesquisa da taxa de juros, sim. A diferença entre uma instituição e outra é muito grande”, diz.

A redução da taxa Selic na semana passada foi o oitavo corte promovido pelo Governo. Economistas acreditam que até o fim do ano, a Selic deve ficar entre 6,5% e 7% ao ano. Ou seja: a oferta de produtos deve ser ainda maior.

Site dá uma força na hora de fazer as contas

Para se adequar à queda de juros promovida pelo governo é preciso que o consumidor pesquise bastante e faça as contas para não cair em alguma armadilha. Uma ferramenta que pode ser muito útil é a Calculadora do Cidadão, um serviço disponível no site do Banco Central (www.bc.gov.br/?calculadora).

No site, o consumidor pode fazer a simulação de aplicações e de financiamentos com prestações fixas e também saber o valor das taxas cobradas pelos bancos para as principais modalidades de crédito, como empréstimo pessoal e financiamento de veículos e outros bens.

Para descobrir a taxa de juros embutida num financiamento, por exemplo, basta preencher no espaço indicado, a quantidade de meses, o valor da prestação paga e o valor financiado e clicar em “calcular”.

O resultado vai corresponder à taxa de juros mensal (quase sempre ela será superior ao que rende a poupança, por isso, é mais indicado pagar o produto à vista, se for possível).

Juro baixo requer prudência

Muitos se perguntam o que significa a redução da Selic e como ela influencia o cotidiano. A taxa serve de base para operações financeiras, interferindo nos juros de toda a economia. Isso quer dizer que usar o cheque especial e o cartão de crédito, além de financiar um carro ou imóvel, fica mais em conta.

A meta do Governo é estimular o consumo e gerar empregos. Mas esse céu de brigadeiro talvez só seja visto com clareza daqui a nove meses. A projeção é do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas. Por enquanto, os economistas aconselham: muito cuidado nessa hora!

“Até lá, as famílias têm que agir com prudência, economizar ao máximo e evitar compras a longo prazo. Não sabemos em que momento a economia vai responder a esses estímulos” adverte Braz.

Confira as dicas

Renegocie empréstimos em condições melhores
A redução da Selic abre espaço para renegociar empréstimos em bancos e financeiras, a juros menores. Procure o gerente e mostre o quanto você está pagando e quanto pagaria com uma redução. Vale até ameaçar transferir a dívida para outro banco caso as condições não melhorem ou até mesmo levar simulações de empréstimos feitos na concorrência

Compare as taxas dos bancos antes de escolher onde manter seu salário

Clientes que pegam empréstimos nos bancos em que recebem seus salários conseguem taxas melhores. Vale a pena lançar mão da portabilidade, que permite ao trabalhador ter seus vencimentos depositados na instituição da sua preferência

Compare as condições dos empréstimos imobiliários

A renegociação e a portabilidade também são válidas para créditos imobiliários. Apesar de dar um pouco mais de trabalho trocar de banco nesses casos em virtude da documentação, vale a pena buscar condições melhores porque as instituições têm interesse em empréstimos de longo prazo

Renegocie o cheque especial e o cartão de crédito

Com a redução da Selic, as primeiras taxas a cair geralmente são as do cheque especial e do cartão de crédito. Já os juros do financiamento imobiliário demoram um pouco mais

Pesquise preços na concorrência, sempre

O comércio deve reduzir o valor da prestação e aumentar prazos de pagamento. Então, vale a pena pesquisar bastante. Peça para o vendedor escrever as condições de venda à vista e a prazo e vá a outras lojas comparar. Explore a concorrência entre as redes. Veja os anúncios dos jornais antes e depois da queda dos juros, para saber se a redução não é propaganda enganosa

Atenção ao usar cartões de loja

Comprar nos cartões próprios das redes de varejo pode significar prazos maiores e juros mais baixos. Mas pague sempre em dia, pois os juros para quem atrasa as prestações costumam ser maiores do que os de outros cartões

Use a grana da poupança para conseguir descontos

Com as novas regras da caderneta de poupança, a Selic mais baixa significa um rendimento menor para depósitos feitos a partir de 4 de maio. Assim, pode valer mais a pena tirar o dinheiro da caderneta para pagar um produto à vista e com desconto

Procure investimentos que caibam no seu bolso

Apesar das mudanças no rendimento, a poupança ainda é mais indicada do que os fundos de investimento para quem tem até R$ 60 mil para guardar. As taxas de administração dos fundos são muito altas

Prefira o CDC ao Leasing

Como muitas montadoras estão oferecendo subsídios, os juros do crédito direto ao consumidor (CDC) para os carros estão mais baixos do que os do leasing. Aproveite, então

De olho nas taxas do crédito consignado

O consignado, mesmo sendo o crédito mais barato que existe, merece também uma pesquisa antes de se fechar o negócio. Em muitos casos, os bancos que fazem mais propaganda junto a servidores e aposentados do INSS são os que cobram os juros mais elevados

Fonte : Site Gazeta Online