Estado e país: festival de greves

Educação, saúde e agricultura estão entre setores prejudicados

Nos últimos meses, as greves voltaram a fazer parte da rotina dos brasileiros. Atualmente, 29 órgãos federais sofrem com algum tipo de paralisação. No Estado, os reflexos podem ser sentidos nos setores mais importantes. Saúde, educação e agricultura já contabilizam prejuízos, e a população sofre com as dificuldades de negociação.

Ontem, mais uma vez, foi dia de longos engarrafamentos em função da manifestação de caminhoneiros. Nos últimos sete dias, o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) fechou rodovias em todo o Brasil, pedindo mudanças na regra da jornada de trabalho. Após cinco horas de negociações e uma reunião com o ministro dos Transportes, Paulo Passos, a paralisação acabou ou, pelo menos, foi suspensa.

Nesse caso, a greve passa, mas as consequências ficam. As manifestações afetaram a distribuição de produtos para a agricultura e para a indústria.

Saúde

Também nessa terça, o capixaba foi apresentado a uma nova paralisação. Desta vez, na área da saúde. Cerca de 70% dos trabalhadores de pelo menos oito hospitais particulares e filantrópicos deixaram de trabalhar. Cirurgias de pequena urgência, exames e serviços ambulatoriais foram cancelados em hospitais como Vitória Apart, Meridional, Praia da Costa, Vila Velha e Santa Casa de Misericórdia.

A greve é por tempo indeterminado. O Sindicato dos Hospitais do Espírito Santo entrou com pedido na Justiça, solicitando a ilegalidade do movimento. “O grande problema é que o Sintrasades (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde) não está mantendo áreas críticas dos hospitais”, disse o presidente do sindicato patronal, Francisco José Centoducatte. O Sintrasades garante que cumpriu as determinações constitucionais e que a greve é legal.
foto: Nestor Müller

Enfermeiros e técnicos de vários hospitais filantrópicos e particulares deflagraram, ontem, paralisação

29 órgãos
É a quantidade de órgãos federais que sofrem com paralisações.

76 dias
É quanto já dura o movimento de professores das universidades federais, inclusive a Ufes.
Educação

Há 76 dias, as paralisações atingem também 80% dos 2,5 mil docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), nos campi de Vitória, São Mateus e Alegre.

Ontem, em Goiabeiras, na Capital, os trabalhadores trancaram os portões de acesso de carros. Para hoje, prometem um ato em frente ao Hospital Universitário Cassiano de Moraes (Hucam), o Hospital das Clínicas, em Maruípe, também em Vitória.

Ao todo, no Brasil, 56 das 59 universidades federais e 34 dos 38 institutos federais, além dos dois Centros de Educação Tecnológica, integram o movimento. No caso da Ufes, técnicos administrativos e servidores também estão parados, o que prejudica o atendimento no Hucam. E o protesto estende-se a professores e funcionários do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), de Norte a Sul.

Estaduais

Entre os servidores estaduais, só os do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) estão parados. Segundo sindicalistas, 30% dos 500 funcionários do órgão continuam nos postos de trabalho.

No dia 16 de julho, teve início a greve em várias agências reguladoras federais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cerca de 3 mil funcionários aderiram à paralisação. No Estado, 15 servidores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estão de braços cruzados. Assim, fica suspensa a fiscalização aos sistemas de telecomunicações que oferecem serviços aos capixabas.

Na Anvisa, apesar de um decreto ter forçado a livre prática – liberação de entrada nos portos –, a manobra de navios segue prejudicada com a paralisação de 24 dos 29 servidores.

Fonte : Site Gazeta Online